Coluna: Ainda é cedo para pensar na demissão de Mauricio Pochettino?

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Se passaram 16 rodadas desde o início da Premier League, e o sentimento de insatisfação prevalece em grande parte da torcida do Chelsea.

Devido à constante oscilação nos dois lados do campo, o clube de Stamford Bridge ganhou fama por protagonizar partidas emocionantes aos seus torcedores.

Nos últimos 9 jogos válidos pelo Campeonato Inglês, os Blues sofreram 23 gols no total. Por outro lado, a equipe londrina balançou as redes 19 vezes nesse mesmo período.

Tudo isso vem se mostrando frutos de um questionável trabalho que Mauricio Pochettino vem construindo à frente do Chelsea.

Há um bom tempo, a vexatória 10° colocação na tabela de classificação vem sendo a realidade de um clube que investiu mais de 400 milhões de euros em contratações na última janela de transferências.

Certo ou errado?

LONDON, ENGLAND – SEPTEMBER 24: Mauricio Pochettino, Manager of Chelsea points to Enzo Fernández of Chelsea during the Premier League match between Chelsea FC and Aston Villa at Stamford Bridge on September 24, 2023 in London, England. (Photo by Justin Setterfield/Getty Images)

As 5 vitórias na Premier League são o retrato de um time apático, dirigido por gestores incompetentes. O péssimo trabalho de Mauricio Pochettino a frente dos Blues é somente uma gota de água no meio de um oceano de problemas.

O Argentino vive em Stamford Bridge o seu pior início de trabalho desde a temporada 2012/13, quando deixou o Espanyol na lanterna de La Liga com uma campanha de 8 derrotas, 3 vitórias e 3 empates.

Persistir no erro vem se tornando uma característica marcante de Pochettino no Chelsea e esses erros influenciam drasticamente no desempenho da equipe dentro de campo.

O técnico parece ter receio de sair da zona de conforto e acaba por criar escalações incoerentes com a realidade. A utilização de Conor Gallagher nos últimos jogos revela-se equivocada por parte do treinador, uma vez que o atleta não demonstra aptidão para integrar o time titular, quanto mais assumir a braçadeira de capitão.

Essas pequenas falhas persistem ao longo da temporada, quase como se seguissem um padrão. A falta de oportunidades para Noni Madueke e Ian Maatsen, além da insistência em Robert Sanchez na posição de goleiro acabam por desgastar o cargo de Mauricio Pochettino.

A defesa tem sido alvo de críticas intensas dos torcedores, visto que a equipe sofreu 14 gols em apenas 5 partidas. Além das falhas individuais, é válido destacar as inúmeras modificações sofridas por esse setor na tentativa de “estancar a sangria”, contudo, parece que tais esforços não surtiram efeito.

Uma luz no fim do túnel?

Chelsea’s Argentinian head coach Mauricio Pochettino reacts during the English Premier League football match between Chelsea and Brentford at Stamford Bridge in London on October 28, 2023. (Photo by JUSTIN TALLIS / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE.

Não é surpresa para ninguém que muitos dos jogadores considerados fundamentais para o sistema de jogo implementado por Pochettino no Chelsea estão no departamento médico do clube. No entanto, até que ponto isso afeta o desempenho da equipe?

As ausências de jogadores-chave como Cristopher Nkunku, Malo Gusto e Ben Chilwell obriga o treinador a tomar decisões arriscadas para resolver os problemas da equipe, incluindo a improvisação de jogadores em áreas específicas do campo.

Na altamente competitiva Premier League, a profundidade do elenco é considerado um fator crucial para a estabilidade de qualquer equipe no campeonato. No caso do Chelsea, esse desafio tem sido agravado com o tempo, transformando-se constantemente em um obstáculo a ser superado pela equipe.

A volta de Cristopher Nkunku aos gramados é recebida com entusiasmo pelos torcedores mais otimistas do Chelsea, pois pode representar o começo de uma reviravolta na segunda metade da temporada.

A janela de janeiro surge como uma esperança para os Blues, podendo trazer um atacante de elite para Stamford Bridge e possibilitar a chegada de alguns jogadores. No entanto, o clube não deve focar apenas em novas contratações para a sua reestruturação. É fundamental construir uma base sólida para os próximos anos, incluindo a aquisição de atletas com maior experiência, capazes de lidar com a intensa carga de partidas.

Dito isso, é crucial honrar o processo de amadurecimento de jovens talentos como Enzo Fernandez, Cole Palmer, Nicolas Jackson e Moisés Caicedo. No entanto, não podemos ignorar o desempenho em campo, uma área que parece não ter recebido a devida atenção de Pochettino desde a sua chegada. Lançar os jogadores jovens sem o devido cuidado é assumir o risco de prejudicar o futuro da equipe.

É tempo de pensar no assunto?

Chelsea’s Argentinian head coach Mauricio Pochettino waves to fans ahead of kick off in the English Premier League football match between Burnley and Chelsea at Turf Moor in Burnley, north-west England on October 7, 2023. (Photo by Oli SCARFF / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE.

Ao longo de muitos anos, o Chelsea ganhou a reputação de ser um clube com alta rotatividade de treinadores. A chegada de Todd Boehly prometia encerrar essa filosofia, no entanto, o que observamos em Londres é uma continuidade desse pensamento. Desde que o norte-americano assumiu o controle dos Blues em meados de 2022, cinco técnicos diferentes dirigiram o Chelsea.

Dispensar Mauricio Pochettino significa continuar com a mentalidade de constante troca de técnicos, prejudicando o processo natural de adaptação dos jogadores a uma filosofia de trabalho e obrigando-os a se ajustarem a um novo estilo de jogo.

Optar pela dispensa do argentino pode ser uma escolha sensata, desde que o seu substituto seja à altura do Chelsea – um técnico de elite, familiarizado com o clube e alinhado com uma filosofia de jogo que se encaixe no projeto esportivo da diretoria.

Nesse cenário, a decisão revela-se uma situação delicada. No mercado, há escassez de nomes alinhados com os requisitos mencionados. Em caso de demissão do argentino, tudo indica que Antonio Conte, Hansi Flick e Zinédine Zidane surgiriam como principais candidatos ao cargo.

Manter Pochettino implica no risco de mais um ano desperdiçado, com a tão desejada classificação para a Liga dos Campeões distante, resultando em outra temporada de insucessos.

Eliminar o problema desde a sua origem sempre parece a opção mais acertada para o torcedor, no entanto, em ambas as situações, tudo permanecerá sujeito ao imponderável. Logo, cabe à diretoria dos Blues escolher, com a máxima cautela, a direção que seguirá.

Até o momento, em relação a uma possível permanência de Pochettino em Stamford Bridge, temos apenas incertezas e questionamentos quanto ao seu futuro.

Victor Barbosa
Victor Barbosa
Jornalista esportivo em desenvolvimento, apaixonado por esportes e apreciador de uma boa música.

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